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sábado, 2 de abril de 2011

A metáfora da Borboleta



Hoje eu desisti de querer ser borboleta. Ah! Descobri que é uma grande ilusão. A borboleta primeiro é lagarta, e passa "anos" da vida comendo! Poxa, comer é bom, mas ter que comer o dia inteiro, e só comer, é demais né! Depois vem a fase do casulo, ou seja após  "anos e anos" de comelança, ela dorme, e só dorme, então ela dormiu tanto, que não é mais a mesma que era quando foi dormir, dormiu lagarta e acordou borboleta, que coisa não? Seria até uma crise de identidade positiva, eu era gorda e pesada, e depois... tcharam, leve e voadora! Mas antes de perceber isso, a bichinha está presa em seu casulo,  e precisa lutar para se libertar. Ótimo! Comer, dormir e se exercitar: a receita ideal para uma beleza explêndida, veja como podemos aprender com a natureza! Enfim agora vem a fase de ouro, ela sai do casulo, maravilhosamente exuberante, então voa e voa, linda e leve, acasala um pouco e...fim! Já é hora de morrer. Daí ela fica morrendo, aos poucos, devagar, perdendo forças, até que venham as formigas, que mal esperam a morte para arrebata-la e ir logo se aproveitando daquele corpicho decadente! Tão fulgaz a vida da borboletinha!
Eu parei para ver aquelas borboletas no quintal, e vendo uma meio abatida no chão, pensei, se eu fosse essa borboleta eu queria ser ser humano, ou seja, se eu fosse ela, iria querer se eu. Entende? O ser humano é forte, e pode voar se quiser! Tem asadelta, paraglider, e kitesurf, e quando ficam velhos, podem ainda viver muito sem que ninguem queira devorá-los precipitadamente. É, daí eu vi que era melhor ser gente, e das gentes todas era melhor ser eu mesma. Ah, mas o legal foi que aquela borboleta que parecia estar mais pra lá do que pra cá, me surpreendeu, e quando as outras já voavam pelo quintal, ela também levantou vôo! E para minha surpresa, ela não era uma moribunda era apenas uma borboleta amanhecendo!

Um comentário:

  1. Não tem nada que simbolize melhor para mim a liberdade do qeu um voo de borboleta. Incerto, sem rumo nem focado em lugar ou coisa. Voo esvoaçante e descompromissado. Eis a melhor intenção de um vivente. Adorei suas analogias, Lígia! Abração. Paz e bem.

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