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sábado, 27 de março de 2010

O jantar de dois trabalhadores




Dois homens estão jantando num restaurante  em uma ruazinha perto da AV. Paraná, O lugar é simples mas a comida é boa, caseira. À noite só pratos simples, hoje eles foram lá comer  macarronada bem servida. E goles fartos de coca-cola entre uma e outra garfada gorda de macarrão enrolado.
Eles trabalharam pesado durante o dia. Tinha o patrão, que os tratou como se os brutos não requisessem também sua porção de afeto social.
Eles comem dignamente, limpos, de roupa não escolhida, tendo cumprido mais um dia. A comida é maravilhosa, tanto pela cozinheira, que apesar do trabalho duro, ainda sim faz um rango bom. Mas principalmente pela fome, trazida pelo trabalho pesado,que os dignificou neste dia, mesmo que tenham cometido seus pecados. A comida era mesmo digna.

Um homem pra chamar de meu


Um homem pra chamar de meu
Quanto pode uma mulher pagar para ter um homem  a quem chamar  “meu”?
 Quanto vale de tanque, de pia, de mãos de cloro, de hálito de água ardente re-fermentada, de tantas coisaa, tudo para dizer que tem um, ao menos um em todo mundo que você chama de seu, de meu, a quem você diz, “amor”?
 Pode mudar os sonhos? Pode trocá-los todos pelo “meu” ? Pode abrir mão de todo um mundo cheio de oportunidades, não mais trancafiadas no lar, mas abertas ao novo porvir. Pode trocar tudo isso, para internamente sentir-se amada? E depois, se não sentir-se mais amada? E depois que o romance acabar? O que é que vai ficar? A dor de separar, ou a dor de continuar?  Um pouco de dor, um pouco de amor?
Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo,  quem escolhe a si, tem o mundo,  quem escolhe o outro renuncia ao mundo. E pode uma possoa ser feliz, entender o mistério da vida, sem renunciar a si? Pode?
E se é mesmo necessário renunciar a si, quem é esse homem, quem é esse a quem tudo renuncio para  chamar de meu? Quem é também essa mulher por quem você está disposto a renunciar?
O rio que jorra do meu coração está lamacento, as coisas do fundo vieram à tona. Não está bom para nadar.
Além do mais não estou conseguindo sintonizar.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Coração tempestade

Transbordante, ruge, trovões e relâmpagos

Deságua, e derrama-se sem pudores sobre à terra
Inconsequente temporal, tudo lava, arrancando árvores, submergindo vidas.

Ah ruge mais forte, mais raios, e trovões mais estrondosos.
Impõe coração, tua força, impõe coração teu poder!

Leva para longe, para as profundezas do mar, tudo o que quiser;
Quantos dias terão esse temporal?
Para que então tudo novo, possa vir a ser.
Para que então eu possa quem sabe amar, sem receios, sem dedos,
totalmente entregue, amor verdadeiro e puro, rio limpo.
 
Enqunto isso, chove copisosamente.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Cindida



Cisão entre o céu e a terra, entre a alma e o espírito, cindido o desejo e o sonho, do que há emim de eu, de Deus. Cindida e diversas vezes dividida.

O ar não penetra os pulmões, como a obrigação não penetra o coração.

Teimoso o corpo, não aceita que a vida seja à sua revelia, ele pára, entrava. Não respira mais.

Quem é meu Deus? É o homem? Ou é o Deus?

A presença de Deus





A ÁGUA AFAGA, E RENOVA.
A BRISA FRESCA E HÚMIDA DA MANHÃ ESPALHA OS SONHOS GUARDADOS PELA NOITE. O CHEIRO DA MANHÃ ESTÁ REPLETO DE VIDA, QUE ATÉ O MEIO DIA SE DISSOLVE SOB O SOL ARDENTE. A BRISA QUE PASSA SOB AS ÁRVORES, RECONHECE A DOR DO INTENSO CALOR, A TERRA QUE AINDA É FRIA, GURDADA NA SOMBRA DE UMA ÁRVORE, REFRESCA O CORPO FEBRIL. PODE-SE VER E OUVIR OS PASSARINHOS QUE NÃO CESSAM DE TRABALHAR EM SAGRADOS OFÍCIOS, QUE LHES SÃO BEM PRÓPRIOS, TRABALHO DE PASSARINHO.
O HOMEM ALHEIO A TUDO, SOFRE DE ENFERMIDADES PSCIOSSOMÁTICAS.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Feminina

Meu Coração é carmesim, sangue de dragão.Sou porém amável.Cão fiel, afável.Mas desconfiada do bem que me fazes, sou impulsiva, impetuosa, fria e venenosa. Cobra ardilosa. Meu âmago é amor, amor e paradoxo.E se te quero e te cuido,pode ser que contrariada, eu o carbonize com insulto. E pode ser que sentindo dor eu grite, chore, e ore ao mesmo tempo.Pode ser que eu te expulse mesmo te querendo e que eu te odeie mesmo te amando.Pode ser que eu sorria mesmo chorando.

E você ainda diz que me ama por inteiro...?!?


terça-feira, 2 de março de 2010

Chuva




Hoje chove copiosamente .
As águas de Março mais uma vez põe termo ao verão.







Pardon mon amour





Perdoe-me a maldade, intencional, porém involuntaria.

Bebo meu veneno e quero cuspi-lo onde mais puder lhe doer.

Perdoe-me quando sou rude, é fraqueza, nada mais.

Perdoe-me o excesso, é carência tão somente.

Desculpe-me quando mesmo amando, eu passo à ira,
às vezes o mal persiste e preside.

Pardon mon amour, pardon,

Às vezes não sei como bem ser.

E se é maldade o que me aparece, a confesso por inteiro, para que não permaneça em mim
.

Pardon.